No ano de 1927, os filmes falados começaram a surgir com os irmãos Warner, fundadores do estúdio Warner Bros. Até então, o cinema era mudo e somente acompanhado de música erudita, na maioria das vezes, tocadas no piano ou acompanhados por orquestra durante as exibições.
The Jazz Singer (O Cantor de Jazz) foi o primeiro filme a usar as falas das personagens e o som diretamente ligado com as imagens. Na verdade, o som no cinema fora descoberto muito tempo antes. Quase um ano depois do lançamento do famoso filme dos irmãos Lumière, conhecido como "A Chegada de um Trem na Estação da Cidade", outros cineastas já começaram a pesquisar como seria possível interligar o som com a imagem do filme.
O primeiro aparelho capaz de sincronizar a imagem de um projetor com o som de um disco fora o gramofone, inventado pelo germânico Emile Berliner e lançado pela empresa Pathé, em 1896. Tempos depois, diversos cientistas estudavam formas para criar aparelhos do mesmo gênero. Enquanto essas pesquisas eram feitas, o cinema mudo estava em seu auge, com trilhas sonoras sempre presentes e até mesmo dubladores que ficavam por detrás das telas narrando algumas partes do filme.
Em 1918, foi criado o sistema Tri-Ergon pelos alemães Hans Vogt, Josefh Engel e Joseph Massolle, o qual possibilitou a gravação de som no próprio filme. Oito anos depois, a Fox comprou os direitos de exploração do produto e começou a usá-lo para adicionar trilhas sonoras em filmes mudos. Seu primeiro lançamento foi “Aurora”, de Murnau, o qual provinha de uma trilha sonora aplicada às próprias imagens do filme. Porém, não havia qualquer tipo de diálogo, sendo assim, considerado ainda um filme mudo, apenas com a música de fundo.Foi então que surgiu o “O Cantor de Jazz”.
Depois desse lançamento, tudo mudou: quase todos os cinemas americanos já tinham alto-falantes para exibir filmes sonoros, que começou a atrair ainda mais o público, fazendo um tremendo sucesso. Por outro lado, o cinema mudo praticamente deixou de existir, e muitos de seus astros foram à falência. Charlie Chaplin foi uma exceção, que se adaptou a toda essa mudança e lançou o filme “Luzes da Cidade” em 1931.
Mesmo depois de alguns anos de lançamento da novidade cinematográfica, os filmes apresentavam algumas falhas, devido à falta de tecnologia para tal feito. Por exemplo, um só microfone era responsável por gravar os diálogos de todas as personagens, fazendo com que estas ficassem muito perto umas das outras e, assim, criando situações, muitas vezes, cômicas.
Percebia-se, também, que os filmes da época eram muito estáticos. Isso se deve pelo fato de que a câmera utilizada para a filmagem precisava ficar dentro de uma cabine de vidro à prova de som, pois era muito barulhenta e não poderia atrapalhar a gravação dos diálogos. Tempos depois, foram inventados alguns objetos para facilitar o movimento das câmeras. Um exemplo deles é o “boom”, um microfone encaixado em uma vara que acompanha o movimento das personagens, de acordo com a sua atuação, facilitando a gravação dos diálogos.
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